sábado, 16 de janeiro de 2010

Santo Honorato, Bispo de Arles, França (429), 16 de Janeiro



Santo Honorato nasceu na Gália (atual França), numa família ilustre e pagã. Muito cedo Deus inspirou o desejo do Batismo ao menino, um predestinado, que se preparou para a data solene vivendo todas as virtudes que são o ornamento da juventude.
Ele devia tudo à graça e à sua felicidade natural, pois tinha contra seus ideais os próprios pais, os amigos e o meio em que vivia. Até praticamente a hora do Batismo, o pai de Honorato tentou, por todos os meios possíveis e imagináveis, demovê-lo da decisão de abraçar a vida cristã; porém, em meio a todas as seduções, o invencível rapaz dizia a si mesmo: "Esta vida é agradável, mas enganadora." Desde então, Honorato viveu como um monge, o semblante abatido pelo jejum e os dias ocupados pela oração.
Após alguns anos de incerteza sobre a sua verdadeira vocação, Honorato decidiu ir para a Ilha de Lérins, na costa da Provença; as serpentes tornavam este local inabitável, mas desapareceram sob os passos do religioso. Esta ilha, árida e deserta, tornou-se um jardim delicioso, perfumado pelas flores de connhecimento e santidade de Honorato, por meio de quem o Ocidente pôde também encontrar sua *Tebaida; Lérins tornou-se um viveiro de sábios, de bispos e de santos.
Após a morte de seu bispo, a igreja de Arles solicitou um Pontífice (bispo) virtuoso, e a voz do povo clamou para que Honorato ocupasse a Sé ilustre. Lá, ele se superou e refletiu em sua vida, feita toda de zêlo e de santas obras, a imagem do pastor em conformidade com o Coração de Deus, um pastor cuja caridade é comparável apenas à coragem inflexível de defender os interesses de Jesus Cristo. 
Santo Hilário de Arles, seu discípulo e sucessor, nos deixou um magnífico elogio de Santo Honorato, do qual "pinçamos" esta bela palavra: "Se alguém quisesse representar a caridade sob uma figura humana, seria preciso fazer o retrato de Honorato."

*Alexandria e a Tebaida, regiões mais tradicionais do monacato (grupo de monges) egípcio, localizadas no alto Egito, em suas regiões mais extremas, onde em suas solidões habitariam monges, encontrando-se ainda em grandes quantidades nos ermos contíguos ao rio Nilo (Valério do Bierzo, 1942, p.130-134).  




Tradução e Adaptação:
Gisèle Pimentel
gisele.pimentel@gmail.com

Fontes:
Abade L. Jaud, Vida dos Santos para cada dia do ano (Vie des Saints pour tous les jours de l'année), Tours, Mame, 1950.

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